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A Eternidade

by Miguel Marôco

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1.
Horizonte 03:33
Acordar de manhã Sem nada p’ra dizer, Ouvir o som das ondas E o tempo estremecer. Pensar esta canção, Deixá-la por fazer Viver a vida toda sem nunca perceber As razões das multidões agirem como um só. Meu ser solitário, em seu campanário Não foi nunca um de vós. Vejo os navios navegar, O Horizonte alcançar, Virar as costas ao mar e rezar P’ra que a noite faço o tempo voltar. Se não bebo pouco durmo, Nunca fui mais que segundo, Nunca soube gerir bem as emoções. Pensamento derradeiro: Talvez se eu fosse o primeiro Me chegassem essas simples ilusões. Cada um de nós, perenemente sós A ver mudar a azul cor do céu. O longo inverno que se avista Não dava capa de revista, Não quis ser fácil e morder o anzol. Vejo os navios navegar, O Horizonte alcançar, Virar as costas ao mar e rezar P’ra que a noite faço o tempo voltar.
2.
O Infinito 04:40
O Infinito é igual Em toda a parte Se te perderes não faz mal. A cada hora do dia Muda-me a arte Esqueço o que eu já não sabia. E se eu ousar mergulhar Nesse calmo azul do mar Vou ter de me perder No infinito Que sem saber eu já lá estou. É um caos infinitesimal. É o Infinito sempre igual. Um vazio incapaz de se encher. Contar pelas mãos até morrer. Este vazio é igual Em todo o lado. É um mau estar sazonal Que me consome por dentro, Pouco importando, Até cansar ser tão neutro. Mas se eu ousar mergulhar Nesse calmo azul do mar Sou uma só gota No Infinito Que sem saber eu já lá estou. É um caos infinitesimal. É o Infinito sempre igual. Um vazio incapaz de se encher. Contar pelas mãos até morrer.
3.
Sábio da Montanha, O que é que tens p’ra me ensinar? Vim eu de tão longe Só p’ra poder te ouvir falar Ter paciência, dizes tu c’oa idade. Inteligência mas sem ter a vaidade De vangloriar-te nessas frivolidades: Não há ninguém que dure a Eternidade. Sábio da Montanha, É tão difícil aprender Ao sabor do vento E do dia a escurecer. Ter paciência, dizes tu c’oa idade. Inteligência mas sem ter a vaidade De vangloriar-te nessas frivolidades: Não há ninguém que dure a Eternidade. Sábio da Montanha, Aqui não tens ninguém para amar, Por quem perder o sono E motivos p’ra sonhar. Vives só em avançada idade E sem ter quem te renegue a vontade. P’ra quê viver com tanta sobriedade Se não há ninguém que dure a Eternidade?
4.
Porque é que tudo é o mesmo? Sempre a mesma melodia. Quero encontrar algo fresco. Já chega de covardia. E se me maça o horário, Tão badalado cenário: É deixar p’ra trás. Porque é que tudo é difícil? Tudo com tanta demora. Também me sinto tão frágil, Quem disse que era esta a hora Só pode estar enganado Ninguém lhe deu o recado: Que é deixar p’ra trás recordações, Vidas passadas para depois. O que foi já foi, não vai mudar. Escusas de tentar. Podes bem esquecer as orações. No mundo somos só nós os dois. A melhor maneira de viver é Deixar p’ra trás. Eu canto p’la noite dentro Até que alguém me obrigue A retirar me sangrento Quando sou eu só no ringue Mas quem me achar pela aurora Ai, não perde pela demora De eu deixar p’ra trás. Porque é que tudo é o mesmo? Será, enfim, culpa minha? Posso fingir que me esqueço Mas a verdade é sozinha: Se eu sou Orfeu, meu amado, Ninguém me deu o recado Que é deixar p’ra trás recordações, Vidas passadas para depois. O que foi já foi, não vai mudar. Escusas de tentar. Podes bem esquecer as orações. No mundo somos só nós os dois. A melhor maneira de viver é Deixar p’ra trás.
5.
A Eternidade 05:34
6.
Formiga 03:15
Voltar ao princípio Para emendar o vício. Cortem-me o fio Vou saltar p’ro precipício, Resvalar na Montanha Tal é a minha façanha (Não ganhas) Tu és pura arte. És um mundo à parte. Se a coragem bate Fugimos os dois para Marte Que por lá, se perdida, Não tens outra companhia (Sozinha) Será que aguento o temporal? Na minha mente é que está o mal. A chuva é dura e corta a pele. Se o meu destino se cumpre, eu Vou com o vento ou fico p’ra sempre? Aqui só contigo A cuidar do meu umbigo Se acabo ferido, É muito menor o perigo De esgotar minha vida Em prol de tão vã conquista (Desista) Depressa me engasgo Nesse futuro que rasgo. Não sei que te diga… Eu nunca quis ser formiga: Trabalhar toda a vida P’ra uma migalha franzina (Que sina) Será que aguento o temporal? Na minha mente é que está o mal. A chuva é dura e corta a pele. Se o meu destino se cumpre, eu Vou com o vento ou fico p’ra sempre? Trabalhar toda a vida P’ra uma migalha franzina (Que sina) Será que aguento o temporal? Na minha mente é que está o mal. A chuva é dura e corta a pele. Se o meu destino se cumpre, eu Vou com o vento ou fico p’ra sempre?
7.
Homem Bomba 03:44
Invejo tanto a liberdade De todo e qualquer homem bomba: Poder explodir com as cidades P’ra ser maior que a própria sombra. Mas, principalmente, não ter medo, Com o peito cheio de certezas, Não duvidar do meu credo E saber qual é o rumo certo. Essa agora, É tão fácil esquecer a razão Que ela está fora de moda E é bem melhor viver uma ilusão, Não parecer bem a que vier de fora Nem há verdade nesta confusão Que nos salve dos tempos de outrora E de não deixar ver repetir A história. Ser o rei da multidão raivosa, O lobo que veste pele de ovelha, Queimar o cravo por ser rosa A raíz do mal da cor vermelha. Nem nunca enfrentar as consequências Da própria irresponsabilidade. Não precisar de ter paciência Para durar a Eternidade. Essa agora, É tão fácil esquecer a razão Que ela está fora de moda E é bem melhor viver uma ilusão, Não parecer bem a que vier de fora Nem há verdade nesta confusão Que nos salve dos tempos de outrora E de não deixar ver repetir A história.
8.
Sim, claro que sim. Nem podia discordar, Não tendo força p’ra negar. Tomo nota de tudo o que tens p’ra dizer Mas vou guardar para depois Fazer um brilharete dois a dois. Trabalhar das nove às cinco, Ir passear sempre ao domingo, Aceitar que se é banal, Nunca ter lido as Flores do Mal. E se sai a sorte grande Vai p’ra França passar por gigante: Viver em excesso e sem perdão, Passar as férias no Japão. Sim, claro que sim. Porque na mesa do café É tão fácil escolher a maré. Tomo nota de tudo o que tens p’ra dizer E vou fingir que entendo bem, Quem sabe assim eu seja alguém. Trabalhar das nove às cinco, Ir passear sempre ao domingo, Aceitar que se é banal, Nunca ter lido as Flores do Mal. E se sai a sorte grande Vai p’ra França passar por gigante: Viver em excesso e sem perdão, Passar as férias no Japão. Sim, claro que sim. No fim, somos todos iguais E tal e qual os nosso pais. Tomo nota de tudo o que tens p’ra dizer Mas continuo como sou Transcendo só quem me mudou. Trabalhar das nove às cinco, Ir passear sempre ao domingo, Aceitar que se é banal, Nunca ter lido as Flores do Mal. E se sai a sorte grande Vai p’ra França passar por gigante: Viver em excesso e sem perdão, Passar as férias no Japão.
9.
A Sorte 05:09
É mais um ano a chegar ao fim. Quatro estações a passar por mim. No inverno ou no verão, O frio ou o quente não me vão servir: Estar aqui mas querer fugir p’ra outro lugar E arriscar Florir. A Sorte sorri aos justos. Serei eu santo ou pecador? Se os gritos se abafam mudos, Desiste e perde a cor. Dia após dia a tentar esquecer Melancolia de sobreviver, O cansaço de correr a vida toda E nunca alcançar Há de ser um dia o meu fim Aquilo que me vai Matar. A Sorte sorri aos justos. Serei eu santo ou pecador? Se os gritos se abafam mudos, Desiste e perde a cor.

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released November 10, 2023

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Miguel Marôco Sintra, Portugal

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